Escolhe, pois, a vida.
Escolhe, pois, o bem.
Não vás causar ferida
em ti nem em ninguém.
Desde o seu primeiro dia,
da pobreza ele sabia
e aprendeu em Nazaré,
da esperança, o que ela é.
As lojas não preparam pro Natal:
importa-lhes o caixa, não a vida.
O anúncio, se ele for comercial,
não serve pra curar nossa ferida,
não é de salvação nenhum sinal.
J. Thomaz Filho nos envia mais um poema para reflexão nesse Dia de Finados (2 de novembro de 2012), em que lembramos mais intensamente dos nossos parentes e amigos que já nos deixaram para se unirem a Comunhão de Deus: "Prossigam a viagem, sem receio, entendam que o caminho é para o lar..."
(Este poema) foi "provocado" pelo esperançar, de Paulo Freire, juntamente com a lembrança de um antigo livro de Carlos Mesters, "Paraíso terrestre: saudade ou esperança?", em que ele lembra que é tarefa nossa construir o Paraíso que é colocado no início do Gênesis.
Cuidaste do Menino, Mãe Maria,
de forma tão gentil e tão humana!
E viste-o modelar um novo dia,
nutrida desse amor que nos irmana,
na Terra!... Como o Pai nos agracia!
Não pode ser do céu todo esse medo,
pois, quando viu errado, Deus agiu.
Não veio destruir, como um torpedo,
não veio pra adestrar nenhum canil.
Espero poder constar entre as exceções. Mas venho reparando o caso confirmar-se nos últimos anos, durante o período da Quaresma. Das missas de que participei, e tenho ido a comunidades variadas, celebradas por padres religiosos ou diocesanos, só deduzo que está em foco uma Campanha da Fraternidade por causa do hino que em algumas das celebrações tem sido cantado e por causa das preces da assembleia, quando seguem algum folheto litúrgico publicado por alguma editora católica ou diocese. Dos celebrantes nenhuma palavra. Tecem, na homilia, considerações sobre o texto evangélico e outros textos bíblicos do dia, mas sem uma alusão sequer ao tema da Campanha em foco.
A ceia preparava uma surpresa.
Seguira o ritual mas, de repente,
o novo se instaurou e aquela mesa
jamais foi esquecida, minha gente!
Se Francisco chamou de Irmã Morte,
certamente enxergou com clareza
que ela é parte, não é triste corte,
desta vida de tanta beleza.