É claro que a esperança não morreu,
nem nunca vai morrer, se nele eu creio.
Natal vem me lembrar: se Ele viveu,
que eu viva assim também, e sem receio,
seguindo cada passo que Ele deu.
Difícil ser tão denso e tão humano,
tão simples, tão profundo e sem enleio!
Mas esse é o compromisso, a meta, o plano:
só assim o Reino muda o nosso meio!
Só assim brilha a verdade, não o engano!
Natal não fica lá, no que se deu,
me pede os gestos meus, não de fulano.
J. Thomaz Filho
A pastoral Fé e Política da Arquidiocese de São Paulo exige a imediata retirada de pauta do PLP 459/2017.
Estamos dando publicidade ao relatório sobre o tema elaborado pela Auditoria Cidadã da Dívida.
https://auditoriacidada.org.br/…/a-fraude-da-chamada-secur…/
Você que sofre agravo na saúde,
você que está na fila sem trabalho,
você que já não sabe que atitude
é válida, prudente ou mero atalho,
você quer solução, não o que ilude.
Natal é pra você!... Porque é esperança
de rumo, não é um simples quebra-galho,
é Deus que fere o passo dessa dança
que esquece, que sonega até o orvalho
àquele que só dor vê como herança.
Ainda que ao redor bem pouco mude,
Natal é luz, vigor pra quem se cansa.
J. Thomaz Filho
Você trabalha em que, ó meu irmão?
E traz para a família o bom sustento
vertendo o seu suor em qual porção
do mundo dos negócios, tão sedento
do lucro a qualquer preço, neste chão?
O Filho do Deus Vivo em manjedoura
não traz para você questionamento?
Você cultiva mesmo qual lavoura?
Seu fruto traz veneno, ou alimento
capaz de pôr a paz bem duradoura?
Natal é tempo bom pra reflexão...
Adubo? Arado? Poda? Pá? Vassoura?
J. Thomaz Filho
Você que se prepara com estudo
pra ter lugar ao sol no nosso chão
entende esse preparo como escudo
ou como ferramenta em sua mão?
No mundo o sofrimento é tão agudo!...
Pois Deus chegou aqui por uma gruta!
Depois, em Nazaré, teve a lição
da fé, da convivência, da labuta,
de olhar pra dor da grande multidão,
servir, cuidar, jamais ser força bruta.
Natal é um compromisso que diz tudo:
Deus ama!... Seu amor jamais reluta!
J. Thomaz Filho
Se quero meu País com pão nas mesas,
você o quer seguro e sem problemas.
Então nós não queremos estranhezas,
queremos paz e bem, e não esquemas.
Pra que nossos ataques e defesas?
Não dá pra clarearmos nossas mentes
e vermos que é maior do que os dilemas
o espaço do canteiro pras sementes?
Olhando pro Natal – que nobres temas! –,
podemos dar as mãos, bem conscientes.
Natal: sabe propor dessas surpresas:
abraços, não trincheiras prepotentes!
J. Thomaz Filho
Poder olha pro povo, lá de cima,
mas Deus é solidário, se nivela.
Criar este universo e todo o clima,
criar a humanidade e ser um dela,
é isso que Deus faz! Não nos anima?
É isso que Deus pede a cada um!
Natal: vem abeirar nossa tigela,
comer da nossa mesa, sem jejum;
não fica nos olhando da janela,
se põe no nosso meio, é bem comum!
Nos vem pra socorrer, jamais vitima:
não quer deixar sem vez de nós nenhum.
J. Thomaz Filho
Há leis, há advogados, há juízes,
cadeias, ambulâncias, hospitais,
e tanta insegurança e seus matizes,
violência nas escolas e quintais...
Do que é que estamos sendo os aprendizes?
Humanos, nós estamos tão doentes!
Se há sempre bons recados nos natais,
por que não os mordemos com bons dentes,
pra irmo-nos fazendo não rivais,
não cegos, nem matreiros, prepotentes?
Queremos de verdade ser felizes?
Da paz, do bem sejamos as sementes
J. Thomaz Filho
O tempo traz tropeço, encruzilhada...
Estamos numa dessas. Decifrar
o rumo a ser tomado pela estrada
nos pede muita calma: ouvir, olhar,
cuidar da paz, do bem, do que os agrada.
A gruta de Belém é uma lição:
é numa manjedoura, não no altar,
que Deus vem preparar o mundo irmão!
José e Maria podem nos contar
de dor, de medo, fé, preocupação...
Natal é Deus conosco, na jornada,
servindo os pequeninos, sendo o Pão!
J. Thomaz Filho
Supremo Tribunal, o Federal,
requer os seus por cento: dezesseis.
Falar de porcentagem é legal...
O caso é como são as nossas leis...
Em mínimos, mais cinco, no total!
Salário... Sempre o mínimo pro pobre,
com mesa tão minguada, não de reis!
A tal da porcentagem tudo encobre...
Será que matemática sabeis?
É justo que o pequeno só soçobre?
A toga era pra ser tão parcial?
Juízes, que quereis? Mas isso é nobre?
J. Thomaz Filho