Estas últimas semanas têm trazido à tona com toda a força a temática da corrupção, do favorecimento ilícito, do tráfico de influências. De um lado, após a instalação da Comissão de Ética para apurar o comportamento do Senador Demóstenes, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) está sendo efetivamente instalada para apurar as ramificações do Esquema Cachoeira-Demóstenes, e com apoio de todos os partidos!! De outro lado, após a posse do novo Presidente do Supremo Tribunal Federal, Ministro Ayres Britto, volta à tona o clamor popular relativo à demora na votação do chamado mensalão.
No dia 11 de abril, com início às 20h, no salão da Paróquia São Sebastião, aposentados de Itupeva participaram de uma palestra com esclarecimentos e orientações sobre seus direitos, promovida pela Associação dos Aposentados e Pensionistas de Jundiaí e Região em parceria com a Pastoral Fé e Política.
O tema é candente e ocupa boa parte dos holofotes da discussão pública atual, e surge atrelado à questão das drogas. Nesse contexto, o apelo para a internação se desenvolve na intersecção, por exemplo, do afã de defesa social, da ética, do papel da psiquiatria, das discussões sobre a autonomia e capacidade do indivíduo, do mercado lucrativo do fomento dos medos, dos preconceitos, da religião e dos direitos. É no desfazimento deste emaranhado que pode residir alguma visão mais clara da problemática.
“Permaneciam ali, olhando à distância, algumas mulheres...” (Mc. 15,40-41)
Os evangelistas nos falam delas muitas vezes; o relato da crucificação revela suas presenças como testemunhas e mediadoras. Os relatos de Mateus, Marcos e Lucas coincidem em indicar que as mulheres “contemplavam a cena de longe” . João, “que vê por dentro”, as coloca junto à cruz. Mesmo não podendo estar tão próximas físicamente, elas são como as mães que podem “pré-sentir”, que sabem intuir “desde longe” o que acontece com seus filhos.
No dia 21 de abril, a Diocese de Jundiaí, através da Pastoral Fé e Política, promove a “1ª Caminhada dos Mártires da Diocese de Jundiaí”, e o convida a estar presente para caminhar, celebrar, fazer memória e assumir o compromisso do mártir Jesus, seguido por tantos outros mártires. O local do evento será na Comunidade Maria de Nazaré – Avenida Amélia Barbosa, s/nº - Bairro do Vilarejo. Em frente ao Centro de Lazer Silvia Covas.
Nosso último comentário tratou da análise da 1ª CONSOCIAL – Conferência Nacional sobre Transparência e Controle Social. Para apresentar esse assunto, tão pertinente à reflexão política, enfatizamos a importância das Conferências setoriais e de políticas públicas, como importantes mecanismos de participação social. De fato, acreditamos que elas tem se mostrado fundamentais para o avanço das políticas públicas permitindo, para muitos, uma vivência mais concreta da vida política, naquilo que ela tem de mais valioso, isto é, a possibilidade de avançar, de mudar paulatinamente o acesso a bens e serviços, objetivando a efetivação dos direitos humanos e possibilitando um bom mecanismo de atendimento de reivindicações por parte dos segmentos envolvidos nas políticas públicas.
Neste espaço utilizado pela Pastoral Fé e Política temos apresentado nossos comentários sobre cidadania e participação social. Nos últimos programas temos procurado refletir não só sobre as formas de participação da sociedade na vida política, o que consideramos de grande importância, mas também sobre assuntos presentes no dia-a-dia da política, sempre procurando tecer um olhar a partir das demandas da sociedade. E esta importância aumenta devido ao fato de estarmos em pleno ano eleitoral, a sete meses da eleição municipal.
Bauman no seu livro "A ética é possível num mundo de consumidores?" (Zahar, 2011) compara os atuais grupos humanos a verdadeiros ninhos de vespas. Segundo o autor, há uma notória ausência de centros dotados de autoridade, onde se possam construir regras para alianças e respostas para os desafios. As pessoas vivem sem referenciais, buscando elas próprias preencher o vazio gerado por tal ausência. Assim sendo, os seres humanos mantêm-se num estado de fluxo permanente, sempre "se tornando” e nunca "sendo”.
Espero poder constar entre as exceções. Mas venho reparando o caso confirmar-se nos últimos anos, durante o período da Quaresma. Das missas de que participei, e tenho ido a comunidades variadas, celebradas por padres religiosos ou diocesanos, só deduzo que está em foco uma Campanha da Fraternidade por causa do hino que em algumas das celebrações tem sido cantado e por causa das preces da assembleia, quando seguem algum folheto litúrgico publicado por alguma editora católica ou diocese. Dos celebrantes nenhuma palavra. Tecem, na homilia, considerações sobre o texto evangélico e outros textos bíblicos do dia, mas sem uma alusão sequer ao tema da Campanha em foco.
Vivemos um processo interessantíssimo neste momento no Brasil com a 1ª CONSOCIAL – Conferência Nacional sobre Transparência e Controle Social. Este processo de Conferência segue um formato já consagrado em mais de 70 conferências setoriais realizadas na última década, abrangendo as mais diversas áreas de políticas públicas, como moradia, segurança pública, educação ou discutindo questões relacionadas aos direitos das pessoas, como a da diversidade sexual, em 2010. Algumas são realizadas periodicamente, como a das Políticas de Promoção da Igualdade Racial, tema fundamental que já passou por processos de conferências em 2005 e 2009, e prevê a realização de uma nova em 2013.