Estamos na oitava do Natal e neste último programa de 2013 quero refletir com vocês, ouvintes da Rádio 9 de Julho, sobre o Natal de Jesus a partir das palavras do PAPA FRANCISCO em AUDIÊNCIA GERAL na Praça de São Pedro (Quarta-feira, 18 de Dezembro de 2013).
O Natal de Jesus é a festa da confiança e da esperança, que supera a incerteza e o pessimismo. E a razão da nossa esperança é a seguinte: Deus está ao nosso lado, Deus ainda confia em nós! Mas pensai bem nisto: Deus está ao nosso lado, Deus ainda confia em nós! Este Deus Pai é generoso! Ele vem habitar com os homens, escolhe a terra como a sua morada para estar ao lado do homem e para se encontrar lá onde o homem transcorre os seus dias na alegria ou na dor. Portanto, a terra já não é só um «vale de lágrimas», mas o lugar onde o próprio Deus construiu a sua tenda, o lugar do encontro de Deus com o homem, da solidariedade de Deus para com os homens.
Deus quis compartilhar a nossa condição humana, a ponto de se fazer um só conosco na pessoa de Jesus, verdadeiro homem e verdadeiro Deus. Contudo, existe algo ainda mais surpreendente. A presença de Deus no meio da humanidade não se concretizou num mundo ideal, idílico, mas neste mundo real, marcado por muitas situações boas e más, caracterizado por divisões, maldade, pobreza, prepotências e guerras. Ele quis habitar na nossa história como ela é, com todo o peso dos seus limites e dos seus dramas. Agindo deste modo, demonstrou de modo insuperável a sua inclinação misericordiosa e repleta de amor pelas criaturas humanas. Ele é Deus conosco; Jesus é Deus conosco. O Papa nos pergunta: Vós acreditais nisto? Juntos, façamos esta profissão: Jesus é Deus conosco! Jesus é Deus conosco desde sempre e para sempre ao nosso lado nos sofrimentos e nas dores da história. O Natal de Jesus é a manifestação de que Deus se «alinhou» uma vez por todas da parte do homem, para nos salvar, para nos elevar da poeira das nossas misérias, das nossas dificuldades, dos nossos pecados.
É daqui que provém o grande «presente» do Menino de Belém: Ele nos traz uma energia espiritual, uma energia que nos ajuda a não precipitar nas nossas dificuldades, nos nossos desesperos e nas nossas amarguras, porque se trata de uma energia que aquece e transforma o coração. Com efeito, o nascimento de Jesus traz a bonita notícia de que somos amados imensa e singularmente por Deus, e de que Ele não só nos faz conhecer este amor, mas também nos concede e comunica esse amor!
Da contemplação jubilosa do mistério do Filho de Deus que nasceu para nós, podemos fazer duas considerações, nos diz o Papa.
A primeira é que, se no Natal Deus se revela não como alguém que está no alto e que domina o universo, mas como Aquele que se abaixa, que desce sobre a terra pequenino e pobre, significa que para sermos semelhantes a Ele não devemos colocar-nos acima dos outros mas, ao contrário, abaixar-nos, pôr-nos ao seu serviço, tornar-nos pequeninos com os pequeninos, pobres com os pobres. Mas é triste quando vemos um cristão que não quer humilhar-se, que não aceita servir. É triste quando o cristão se vangloria em toda a parte: ele não é cristão, mas pagão. O cristão serve, abaixa-se. Façamos com que estes nossos irmãos e irmãs nunca se sintam sozinhos!
A segunda consideração: se, através de Jesus, Deus se comprometeu com o homem a ponto de se tornar como um de nós, quer dizer que tudo o que fizermos a um irmão ou a uma irmã, a Ele o fazemos. Foi o próprio Jesus quem nos recordou: quem alimenta, acolhe, visita e ama um destes mais pequeninos e mais pobres entre os homens, ao Filho de Deus que o faz.
O papa encerrou pedindo que Confiemo-nos a Deus, à intercessão maternal de Maria, Mãe de Jesus e nossa Mãe, a fim de que nos ajude neste Santo Natal a reconhecer no rosto do nosso próximo, especialmente das pessoas mais frágeis e marginalizadas, a imagem do Filho de Deus que se fez homem.
Fonte: Programa exibido na Rádio 9 de Julho no Programa Igreja em Notícia no dia 27/12/2013. Reproduzido aqui com autorização da autora.