PASTORAL FÉ E POLÍTICA

Arquidiocese de São Paulo

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Semana de Fé e Política 2013 - Políticas Públicas de Cultura

A abertura da Semana de Fé e Política 2013 - Juventude, Cultura e Espiritualidade ocorreu ontem no Centro Pastoral São José do Belém com cerca de 60 participantes, dentre estes um significativo grupo jovem.  A Semana foi programada dentro da proposta da Pastoral de Conjunto com a Pastoral da Juventude, a Leitura Popular da Bíblia desenvolvida pelo Centro de Estudos Bíblicos (CEBI), as Comunidades Eclesiais de Base, o Movimento Integração Campo-Cidade, a Cáritas, a Escola de Fé e Política Waldemar Rossi, a Pastoral Fé e Política e a Região Belém.

Acolhidos por voz e violão pelo Osmar (Paróquia São João Batista - Vila Carrão), seguida a Mística onde Jesus visita Maria e Marta - Jo 11,19-27 (diálogo antes da ressurreição de Lázaro). O evangelho dialogado foi feito pela Pastoral da Juventude (PJ) seguido da partilha dos presentes sobre a ressurreição nos dias de hoje.

Como ação concreta foi proposto o Abaixo-assinado da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) Máximo dois Mandatos para parlamentares (M2M) proposto pelo Movimento de Combate a Corrupção Eleitoral de São Paulo e várias outras entidades entre elas a Pastoral Fé e Política. O objetivo é evitar a perpetuação do cargo político, com sucessivas reeleições sem preocupações com o bem comum. O formulário está disponível em em nosso site.

Em seguida foi apresentado #PapoRetoSP que  é organizado pela Coordenação de Politicas para Juventude da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo em parceria com os/as Auxiliares de Juventude das 31 Subprefeituras. O objetivo do encontro é manter um espaço permanente para apresentação das demandas juvenis e construção de um diagnóstico participativo. Esse é um passo importante para envolver os jovens e as organizações juvenis na construção de políticas na cidade e traçar ações que estimulem a ocupação dos espaços públicos pela juventude, através de atividades culturais , esportivas, debates políticos, entre outras manifestações. 

Os participantes reuniram em pequenos grupos motivados pelo Waldemar Rossi para refletir sobre duas questões: O que o Estado oferece à Cultura? e o O que nós entendemos como necessário no campo daCultura com foco na juventude?

Antes da plenária Wagner (membro da Pastoral Fé e Política) declamou o poema Ninguém fecha o céu de J. Thomaz Filho. 

Na plenária os grupos trouxeram suas reflexões. Em relação à primeira questão O que o Estado oferece à Cultura? A discussão foi mais focada no nível municipal e os grupos relataram:

  • O mapa da Cultura mostra que os espaços culturais são principalmente bibliotecas, porém não são atrativas para a juventude e para as crianças. Há que se despertar o gosto pela leitura!
  • A maioria dos espaços culturais estão concentrados na Região central.
  • Alguns governos tiveram ações voltadas à juventude. Há equipamentos públicos qualificados como os CEUs (Teatro, Esporte e Lazer)
  • Há espaços excelentes como o Centro Cultural Vergueiro porém centralizados e são escassos.
  • Existem os espaços, porém com problemas na gestão.
  • É escasso o incentivo à Cultura.
  • As Oficinas culturais que eram importantes espaços culturais foram fechadas.
  • Oferece um grande evento anual - virada cultural, porém é uma iniciativa fragmentada e sem continuidade.
  • Não investe na periferia onde estão os mais pobres, pois isso não traz retorno.
  • Os projetos culturais apresentados pela população não são apoiados pelo Poder Público. "Levamos as propostas que ficam engavetadas", disse um jovem.
  • Proíbem algumas iniciativas culturais, sem oferecer nada em troca.
  • Escola da família oferece propostas que não despertam o interesse da juventude.
  • Como boa prática destacou-se a iniciativa da  Subprefeitura Pirituba dialoga mensalmente com a comunidade para propor iniciativas de cultura. 

Em relação à segunda questão sobre o que nós entendemos como necessário no campo da Cultura com foco na juventude? Foi rica a discussão e as propostas.

  • Política Pública de Cultura que atinja as diferentes faixas etárias, desde a infância até ao idoso.
  • Cobrar do Estado a verba da Cultura. Participar dos debates do orçamento e a acompanhar a verba destinada à cultura.
  • Descentralizar os equipamentos de cultura.
  • O Centro de Capacitação da Juventude (CCJ) é ponto de referência da juventude, porém situado na Brasilândia.
  • Valorizar a diversidade cultural.
  • Otimizar os espaços que existem.
  • Reconstruir espaços de cultura em conjunto com a sociedade.
  • Desmistificar a ideia de que a virada cultural é uma política de cultura - resume-se a um evento.

O grupo refletiu sobre: Como nos apropriar dos espaços de cultura?

  • Valorizar os talentos locais da juventude que não são aproveitados.
  • Valorizar e dar espaço aos artistas da região.
  • Projetos de iniciação artística.
  • Fazer os projetos antigos funcionarem.
  • Resgatar o valor histórico das iniciativas culturais. Nossa herança cultural indígena e afro descendente foi dizimada e precisa ser resgatada. A necessidade de mão de obra promoveu migração intensa no Brasil e novamente descartou a identidade cultural das diversas regiões.
  • Participar dos Conselhos Participativos das Subprefeituras que serão lançados em breve, dar espaço para a cultura.
  • Dar ouvidos aos jovens. Espaços de expressão das suas necessidades, anseios. Saber o que de fato é atrativo à juventude. O que a juventude quer? O que entende como cultura? Um jovem alertou: "Cuidado ao falar que a juventude não sabe o que é Cultura!"
  • Outro questionamento colocado por um jovem foi: Estamos preparados para a Cultura de rua?
  • Fácil responsabilizar o jovem e a família. É preciso valorizar a família, fortalecer a família.
  • Cobrar de mim (de cada um de nós) e da comunidade ações na área da cultura.

Um outro questionamento floresceu: Qual a abertura ao jovem nas Igrejas?

  • O Papa Francisco foi lembrado ao se dizer que a Igreja precisa ser mais acolhedora (ser Mãe Igreja), impor menos normas e comprometer-se com os valores evangélicos.
  • Qual é o papel da Igreja no incentivo à Cultura?
  • Igreja precisa propor ações e projetos sociais e culturais.
  • Fácil responsabilizar o jovem e a família
  • Os professores precisam ser melhor preparados para despertar e fomentar a Cultura.
  • As escolas devem ser pontos importantes de apoio e de despertar da cultura em todas as faixas etárias.
  • Será que só o governo é culpado? Quem colocou o Governo lá? Como me preparei para votar? Conheci os projetos do meu candidato ou candidata?

Na fala de encerramento foi destacada a importância do intercâmbio de opiniões, sendo o debate fundamental na formação política.

O evento foi encerrado com um vídeo no qual a PJ fez uma chamada para o dia seguinte que discutiu o protagonismo da juventude

 

Fonte: Arquivo enviado diretamente pela autora.

Márcia M. de Castro

Márcia M. de Castro
Márcia Mathias de Castro é fonoaudióloga, membro da Pastoral Fé e Política da Arquidiocese de São Paulo e Coordenadora da Escola de Fé e Política Waldemar Rossi (RE Belém). Também é colaboradora da Rádio 9 de Julho (AM 1.600 KHz - SP), participou da Escola de Governo e do Movimento de Integração Campo Cidade (MICC).