É claro que não é pra ficar lá:
neném é pra crescer, ganhar o mundo.
Pondere o itinerário nos trará
mais luz pra manjedoura, pois, segundo
nos contam, Ele nos surpreenderá.
Um caso, aos doze anos, foi marcante.
O seu conhecimento era profundo.
No encontro com doutores foi vibrante:
falou, não só ouviu, e foi a fundo...
Falou do Pai do céu, foi confiante!
Se a gente ponderar, descobrirá
sinais do que o Pai quer, a cada instante!
J. Thomaz Filho
Me contam que uns pastores foram lá.
Também com as crianças, as mulheres...
Queriam que ficasse como está?
Sem mesa, sem um berço, sem talheres?
O que é que vão levando?... Servirá?
No meio do abandono!... Mas que gente!
Com ânimo sem fim!... Ah! se puderes,
vai lá, vai lá também, pois, certamente,
verás que a tua vida – oh! ponderes! –
terá, mais luz e rumo!... Vai em frente!
Aquela manjedoura te fará
ver tudo de outro modo. Consistente.
J. Thomaz Filho
Pondere. Deus também tem o seu sonho.
Será que o sonho dele vale a pena?
Parece um tanto estranho... Se me oponho,
como é que lá da gruta Ele me acena?
Não vejo, não enxergo... Que medonho!
Porém, se me revejo, quero entrar.
Olhando lá pra dentro, vejo a cena:
neném, José e Maria... Vou cantar?
Talvez, ouvir primeiro... Me apequena
ver tudo tão precário nesse lar?
Mas é de uma riqueza!... Me envergonho
ao ver o amor ali: tudo é cuidar!...
J. Thomaz Filho
O povo dividido desse jeito...
Será que sabe olhar pra manjedoura?
Perguntas... Perguntar não é direito?
Pois é! Quem quer a paz bem duradoura,
não tem de mexer fundo, lá no peito?
O ódio, a intransigência, a voz que fere...
Tão prática de usar essa tesoura!...
Porém, esse neném... Quem não confere
desvia toda a chuva da lavoura,
achando que isso é bom... Ah! considere!
Pondere, meu irmão, sem preconceito.
Pondere! Vale a pena?... Não se altere...
J. Thomaz Filho
Quem faz o teu olhar assim cruel?
Que ar que tu respiras para tanto?
A cor da minha pele me faz réu?
Quem foi que decretou tamanho espanto?
Por que sempre me empurras para o fel?
Eu tenho o mesmo sangue em minhas veias,
trabalho o meu suor por todo o canto,
construo este País com as mãos cheias
de empenho, de cuidado e zelo santo...
São vis os preconceitos que semeias.
Não posso acreditar que crês no céu,
se buscas proscrever-me das aldeias.
J. Thomaz Filho
Fonte: O arquivo de áudio nos foi enviado pela autor(a) tendo sua reprodução autorizada pela Rádio 9 de Julho (AM 1.600 KHz / SP).
Você que se recusa a dar seu voto,
você só está dizendo a quem votar:
“Não quero ter controle, nem remoto,
prefiro ver você me comandar.
Confio. De você eu sou devoto!”
Você é quem decide... Mas, por mim,
não abro mão da mente, de um olhar,
do gosto de plantar um bom jardim,
que faça bem a mim e a tanto lar.
Não abro, pois insisto até o fim.
Não choro, se derrotam o que adoto.
Eu choro é por País chorando assim!...
J. Thomaz Filho
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Fonte: O arquivo de áudio nos foi enviado pela autor(a) tendo sua reprodução autorizada pela Rádio 9 de Julho (AM 1.600 KHz / SP).