Quem faz o teu olhar assim cruel?
Que ar que tu respiras para tanto?
A cor da minha pele me faz réu?
Quem foi que decretou tamanho espanto?
Por que sempre me empurras para o fel?
Eu tenho o mesmo sangue em minhas veias,
trabalho o meu suor por todo o canto,
construo este País com as mãos cheias
de empenho, de cuidado e zelo santo...
São vis os preconceitos que semeias.
Não posso acreditar que crês no céu,
se buscas proscrever-me das aldeias.
J. Thomaz Filho