A Escola de Fé e Política Waldemar Rossi inicia o seu 2o ano de atividades com duas turmas. A abertura deu-se por Santa Missa presidida por D. Edmar Peron, Vigário Episcopal da Região Episcopal Belém em 10/02/2014. Em 17/02/2014 as duas turmas tiveram aula sobre a Relação Fé e Política. O curso ocorre às segundas-feiras, no Centro Pastoral São José do Belém, das 19:30h às 21:30h, e está de portas abertas para receber você.
O 1o ano teve como professor o próprio Patrono da Escola, nosso querido Waldemar Rossi que nos presenteou com uma viagem pelos textos bíblicos desde o Gênesis, Exodo, Profetas até o Evangelho de Nosso Senhor embasando a relação Fé e Política pela Bíblia. Você pode assistir a aula parte 1 e a parte 2 que foi ministrada em 2013. O material disponibilizado pelo professor encontra-se disponivel aqui para a aula 1 e aula 2.
A vivência da fé passa pelo nosso compromisso com a justiça e o amor que será traduzido em práticas de fidelidade ao projeto de Deus e a solidariedade para com os irmãos. Quando lemos o Antigo Testamento é necessário ter em mente que se trata de uma linguagem simbólica e por isso o texto não deve ser lido ao "pé da letra", mas interpretado no contexto em que foi escrito. Os aspectos econômicos, políticos, sociais e religiosos daquele tempo. Os textos mostram a caminhada do povo que é acompanhada por Deus e que vai tomando consciência que não vive numa situação de dignidade, mas muitas vezes de exploração e de escravidão.
Na segunda aula, a relação fé e política continuou a ser analisada e atualizada para os dias de hoje com as organizações que temos e COMO FAZER POLÍTICA SEGUNDO AS EXIGÊNCIAS DA FÉ? Clique aqui para assistir a primeira parte e a segunda parte.
A aula foi encerrada com menção ao Bispo emérito de Goiás, Dom Tomás Balduíno, que fez um balanço das lutas sociais e da semente que vem debaixo pra cima, das bases populares, da educação política do aprimoramento do laicato, do povo de Deus, e não do fortalecimento institucional das forças partidárias, daqueles que detém o poder econômico e político. A proposta de Jesus, da pequena semente, do pequeno fermento, da pequena chama. Tudo isso é pequenez, mas tem uma vocação de abrangência, de solidariedade, de crescimento, de ultrapassar os obstáculos à dignidade do jovem, da mulher, do homem, da terra, da mata e dos ribeirinhos. (“A vocação da pequena semente”).
O 2o ano teve como professor o Pe. Antonio Ferreira Naves, coordenador estadual da CPT (Comissão Pastoral da Terra). O padre iniciou trazendo a pessoa de Jesus Cristo que escuta as pessoas e dá uma resposta. Realiza milagres com a participação do povo. A ação política, a partir de fé, nasce da mística (miser = enxergar longe, alimentar um sonho).
Política - grego - cidadão na cidade em busca do Bem Comum
Política - latim - civitas - cidadão
O Pe. pediu aos participantes para responderem:
Na sua história, qual foi o momento/ação/encontro que participou e te despertou para a Relação Fé e Política?
Os relatos envolveram
Somos Igreja, mas somos pessoas sociais.Um dia seremos Igreja com tanta tranquilidade nas questões sociais, como as questões sociais serão tratadas tranquilamente na Igreja.
Ao discutir Política Pública estamos no estágio de "pedir, reivindicar" precisamos avançar!
O segundo questionamento feito ao grupo foi:
Qual a diferença desses exemplos com as manifestações de junho/2013?
O grupo fez várias análises e considerações.
Trouxe para encerrar, mas motivar as reflexões, contribuições de István Mészáros
Atualidade histórica da ofensiva socialista
p.125 "...a Política é importante demais para ser deixada com os políticos; na verdade, uma democracia digna deste nome é importante demais para ser deixada com as atuais democracias parlamentares, consentida pelo capital, e com a pequena margem de ação dos parlamentares, mesmo dos 'grandes parlamentares'"
p. 124 "amargura e um resignado afastamento da atividade política por parte do povo - é parte integrante do agravamento da crise estrutural do sistema do capital"
p. 43 "lutar por uma radical transformação exige dedicação consciente de um movimento revolucionário e é uma tarefa histórica desafiadora capaz de se sustentar contra toda a adversidade porque o engajamento suscita a feroz hostilidade de todas as forças mais importantes do sistema do capital. O movimento revolucionário ativo e de maneira consciente em todas as formas de luta política e social. Local, nacional, global/internacional. É um movimento de ação parlamentar, mesmo que limitada mais na ação extraparlamentar".
p. 44 "o movimento revolucionário extraparlamentar é duplo:
- de um lado cabe formular e defender organizadamente os interesses estratégicos do trabalho enfrentando o poder político aberto ou oculto do capital que prevalece no parlamento - precisa ser contestado.
- e desmarcar a relação capital, perpetuada na base da inversão mistificadora da real relação de produção de classes hegemônicas. O capital usurpa o papel de 'produtor'. Marx chama a atenção "emprega o trabalho".
O Pe. Naves sugeriu ao grupo o filme: Em nome da Segurança Nacional e indicou o livro: A loucura de Deus no Evangelho de João de Alberto Maggi.
Fonte: Escola de Fé e Política Waldemar Rossi. Artigo enviado diretamente pela autora.