PASTORAL FÉ E POLÍTICA

Arquidiocese de São Paulo

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Evangelli Gaudium: Papa Francisco

Nesta semana, a Escola de Fé e Política Waldemar Rossi desenvolveu o tema Doutrina social da Igreja, sob a assessoria do Raimundo Silva da Comissão Pastoral da Terra (CPT). Ele apresentou a Evangelli Gaudium (Alegria do Evangelho), documento escrito pelo Papa Francisco. Ouça também um áudio da Rádio 9 de Julho sobre este tema no final dessa página.

A reflexão inicial partiu do texto bíblico abaixo, com comentários do Waldemar Rossi, patrono da Escola.

 OS DIREITOS DO REI –(1º Samuel 8, 10-18)

10- Samuel transmitiu todas as palavras de Javé ao povo que lhe pedia um rei. 11 – E lhes disse: “Este é o direito do rei que governará vocês: ele convocará os filhos de vocês para cuidar dos carros e dos cavalos dele, e correr à frente do carro dele. 12 – Ele os nomeará chefes de mil e de cinquenta. Ele os obrigará a ararem a terra e fazerem a colheita para ele, e fabricarem para ele armas de guerra e as peças dos seus carros. 13 – As filhas de vocês serão convocadas para serem perfumista, cozinheiras e padeiras. 14 – Ele tomará os campos, as vinhas e os melhores olivais de vocês, para dará os ministros. 15 – Pegará a décima parte das plantações de vocês, e as dará aos oficiais e ministros. 16 – Os melhores servos e servas, os bois e jumentos de vocês, ele os tomará para que fiquem a serviço dele. 17 – E cobrará, como tributo, a décima parte dos rebanhos. E vocês mesmos serão transformados em escravos dele. 18 – Quando isso acontecer, vocês se queixarão do rei que escolheram. Nesse dia, porém, Javé não dará nenhuma resposta a vocês.”

Apontou a exploração do povo, o processo de exclusão decorrente dela. Relacionou que aqui no Brasil, dos militares para a frente, os que vieram também se colocaram como reis.

Diante disso o Papa nos chama à Alegria do Evangelho e à profundas mudanças.

Suas ações terão frutos!

A aula deu-se pela Leitura partilhada do documento

Poucos dos presentes leram anteriormente o documento.

Missão do cristão é levar a alegria

 

Reflexão:

Cidade de São Paulo hoje - contribuições dos presentes

  • Caos- desigualdade
  • Desigualdade econômica e principalmente de oportunidades
  • Esperança - depende de cada um de nós modificar essa realidade Deus presente nessa situação.
  • Indiferença, principalmente no mundo corporativo
  • Cidade caótica - não tem beleza, transporte é caótico, não tem espaços públicos de participação. Entretenimento para quem tem dinheiro
  • A comissão municipal de política urbana, eleita ontem,  tem a missão de tornar essa cidade melhor
  • Falta entusiasmo para nós, cristãos

Luta - a partir do Concílio Vaticano II - pelos mais pobres.

O assessor conviou os presentes a ler o documento, sob a ótica da opção da Igreja, de sua ação missionária frente a esse caos,  essa desigualdade é para todos. 

O modelo é de Maria - apontado final do documento

Raimundo sugere começar a leitura pelo fim.

 

Maria modelo eclesial

O Papa nos escreve sobre nosso papel de cristão no mundo.

O que fazer frente o que estamos vendo hoje no mundo?

Alegres porque temos Jesus.

Jesus diz: Ides e façam vocês o mesmo

Nos chama à missão

Perguntaram à Gandhi porque ele não era cristão? Respondeu: Porque os cristãos não seguem seu Mestre

Fazemos muita crítica!  Somos alegres,  afetivos, combativos

Fundação de São Paulo - jesuítas.  Somos modelo de valores cristãos?

 tentação

7. A tentação apresenta-se, frequentemente, sob forma de desculpas e queixas, como se tivesse de haver inúmeras condições para ser possível a alegria. Habitualmente isto acontece, porque «a sociedade técnica teve a possibilidade de multiplicar as ocasiões de prazer; no entanto ela encontra dificuldades grandes no engendrar também a alegria».2 Posso dizer que as alegrias mais belas e espontâneas, que vi ao longo da minha vida, são as alegrias de pessoas muito pobres que têm pouco a que se agarrar. Recordo também a alegria genuína daqueles que, mesmo no meio de grandes compromissos profissionais, souberam conservar um coração crente, generoso e simples. De várias maneiras, estas alegrias bebem na fonte do amor maior, que é o de Deus, a nós manifestado em Jesus Cristo. Não me cansarei de repetir estas palavras de Bento XVI que nos levam ao centro do Evangelho: «Ao início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo.»3 

Não caiamos na tentação das queixas

Prefiro que a igreja erre, ao ficar doente em si mesma

Ver o que está fora

Nós temos ir com alegria

alegria

5. O Evangelho, onde resplandece gloriosa a Cruz de Cristo, convida insistentemente à alegria. Apenas alguns exemplos: «Alegra-te» é a saudação do anjo a Maria (Lc 1,28). A visita de Maria a Isabel faz com que João salte de alegria no ventre de sua mãe (cf. Lc 1,41). No seu cântico, Maria proclama: «O meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador» (Lc 1,47). E, quando Jesus começa o seu ministério, João exclama: «Esta é a minha alegria! E tornou-se completa!» (Jo 3,29). O próprio Jesus «estremeceu de alegria sob a ação do Espírito Santo» (Lc 10,21). A sua mensagem é fonte de alegria: «Manifestei-vos estas coisas, para que esteja em vós a minha alegria, e a vossa alegria seja completa» (Jo 15,11). A nossa alegria cristã brota da fonte do seu coração transbordante. Ele promete aos seus discípulos: «Vós haveis de estar tristes, mas a vossa tristeza há de converter-se em alegria» (Jo 16,20). E insiste: «Eu hei de ver-vos de novo! Então, o vosso coração há de alegrar-se e ninguém vos poderá tirar a vossa alegria» (Jo 16,22). Depois, ao verem-no ressuscitado, «encheramse de alegria» (Jo 20,20). O livro dos Atos dos Apóstolos conta que, na primitiva comunidade, «tomavam o alimento com alegria» (2,46). Por onde passaram os discípulos, «houve grande alegria» (8,8); e eles, no meio da perseguição, «estavam cheios de alegria» (13,52). Um eunuco, recém-batizado, «seguiu o seu caminho cheio de alegria» (8,39); e o carcereiro «entregou-se, com a família, à alegria de ter acreditado em Deus» (16,34). Porque não havemos de entrar, também nós, nesta torrente de alegria?

Celebrar a vida

Levar a alegria- ser portador da alegria,  promover mudanças

Quais as condições que essa alegria aconteça?

17 diretrizes

17. Aqui escolhi propor algumas diretrizes que possam encorajar e orientar, em toda a Igreja, uma nova etapa evangelizadora, cheia de ardor e dinamismo. Neste quadro e com base na doutrina da Constituição dogmática Lumen gentium, decidi, entre outros temas, de me deter amplamente sobre as seguintes questões: a) A reforma da Igreja em saída missionária. b) As tentações dos agentes pastorais. c) A Igreja vista como a totalidade do povo de Deus que evangeliza. d) A homilia e a sua preparação. e) A inclusão social dos pobres. f) A paz e o diálogo social. g) As motivações espirituais para o compromisso missionário.

Dá tarefas para ele enquanto Papa

Sair ao partido,  sindicato,  manifestações. 

Saída misericórdia para os pobres, participar dos processos de mobilização organização,  cidadania.

Igreja em saída 

46. A Igreja «em saída» é uma Igreja com as portas abertas. Sair em direção aos outros para chegar às periferias humanas não significa correr pelo mundo sem direção nem sentido. Muitas vezes é melhor diminuir o ritmo, pôr de parte a ansiedade para olhar nos olhos e escutar, ou renunciar às urgências para acompanhar quem ficou caído à beira do caminho. Às vezes, é como o pai do filho pródigo, que continua com as portas abertas para, quando este voltar, poder entrar sem dificuldade.

Abrir as portas ao diálogo intereligioso, a partir daquilo que nos une.

Ir às periferias

Estar atento a quem precisa

Valorizar a dignidade da pessoa humana

Ouvir

Ouvir os pobres

opção pelos pobres

 

198 Para a Igreja, a opção pelos pobres é mais uma categoria teológica que cultural, sociológica, política ou filosófica. Deus «manifesta a sua misericórdia antes de mais» a eles163 . Esta preferência divina tem consequências na vida de fé de todos os cristãos, chamados a possuírem «os mesmos sentimentos que estão em Cristo Jesus» (Fl 2,5). Inspirada por tal preferência, a Igreja fez uma opção pelos pobres, entendida como uma «forma especial de primado na prática da caridade cristã, testemunhada por toda a Tradição da Igreja»164 . Como ensinava Bento XVI, esta opção «está implícita na fé cristológica naquele Deus que se fez  pobre por nós, para nos enriquecer com a sua pobreza»165 . Por isso, desejo uma Igreja pobre para os pobres. Estes têm muito para nos ensinar. Além de participar do sensus fidei, nas suas próprias dores conhecem Cristo sofredor. É necessário que todos nos deixemos evangelizar por eles. A nova evangelização é um convite a reconhecer a força salvífica das suas vidas e a colocá-los no centro do caminho da Igreja. Somos chamados a descobrir Cristo neles: não só a emprestar-lhes a nossa voz nas suas causas, mas também a ser seus amigos, a escutá-los, a compreendê-los e a acolher a misteriosa sabedoria que Deus nos quer comunicar através deles.

 

Prática pastoral encarnar Deus,  unir vida e oração.

Evangelho é social

238 A evangelização implica também um caminho de diálogo. Neste momento, existem sobretudo três campos de diálogo onde a Igreja deve estar presente, cumprindo um serviço a favor do pleno desenvolvimento do ser humano e procurando o bem comum: o diálogo com os Estados, com a sociedade – que inclui o diálogo com as culturas e as ciências – e com os outros crentes que não fazem parte da Igreja Católica. Em todos os casos, «a Igreja fala a partir da luz que a fé lhe dá»186 , oferece a sua experiência de dois mil anos e  conserva sempre na memória as vidas e sofrimentos dos seres humanos. Isto ultrapassa a razão humana, mas também tem um significado que pode enriquecer a quantos não creem e convida a razão a alargar as suas perspetivas.

Dialogar com o Estado,  com a sociedade civil no bairro e dialogar com os crentes,  ateus.

Logo abaixo temos o áudio da rádio 9 de Julho como material complementar.

 

 

Fonte: O arquivo de áudio nos foi enviado diretamente pela autora, tendo sua reprodução autorizada pela Rádio 9 de Julho (AM 1.600 KHz / SP). Escola de Fé e Política Waldemar Rossi.

Márcia M. de Castro

Márcia M. de Castro
Márcia Mathias de Castro é fonoaudióloga, membro da Pastoral Fé e Política da Arquidiocese de São Paulo e Coordenadora da Escola de Fé e Política Waldemar Rossi (RE Belém). Também é colaboradora da Rádio 9 de Julho (AM 1.600 KHz - SP), participou da Escola de Governo e do Movimento de Integração Campo Cidade (MICC).