PASTORAL FÉ E POLÍTICA

Arquidiocese de São Paulo

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Análise de Conjuntura por Waldemar Rossi

No dia 30/09/2013 a aula da Escola de Fé e Política foi ministrada por Waldemar Rossi que fez uma análise de conjuntura para encerrar o 2o Módulo do curso Fé e Vida: questões fundamentais. Retomou o golpe militar, a justificativa apresentada ao povo era CCC: combate à corrupção; ao comunismo e ao caos. A instalação do comunismo no Brasil era algo muito distante, precisaria de pelo menos quatro décadas, mas foi usado como justificativa. 

O golpe abriu as portas à entrada do capital estrangeiro. Foram extintos os partidos existentes e impostos dois novos partidos políticos: Arena e MDB que apoiavam a estrutura vigente.

A economia apoiava-se no automóvel, portanto tinham que enfraquecer as ferrovias. Em seguida acabaram com a estabilidade no emprego que era adquirida aos 10 de empresa; as leis foram infiltrando o arrocho salarial e a insdústria da Saúde foi crescendo com incentivo do Banco Nacional de Desenvolvimento, o BNDES.

O serviço público passou a ser mercadoria de negócio, guiado pela lógica do lucro e não mais serviço público. O objetivo era implantar um novo modelo de economia, a partir das multinacionais.

Ao mesmo tempo, o cenário mundial era de  revolução na Alemanha, Itália, Inglaterra e Cuba. Muitos operários de São Paulo, do ABC e Osasco começaram a se organizar, o movimento estudantil se aquece e surgem os sindicatos ocupam seus espaços.

A manifestação na Praça da Sé, no dia 1o de maio de 1968, denunciava o arrocho salarial, deflagou as greves de Osasco e Contagem em junho. A repressão prendeu os líderes sindicais e interveio nesses dois sindicatos pela segunda vez. A esquerda brasileira discutia como dar fim à ditadura militar. Crescia a proposta da luta armada e a resposta mais ostensiva foi o Ato Institucional no. 5 (AI5) que cassava os direitos. Em decorrência se deram muitas prisões, interrogatórios para a partir dos capturados, ir identificando os demais envolvidos. Se o preso era fiel aos seus princípios e aos seus companheiros, sofria as barbáries da tortura. Uma luta entre torturado e torturador onde nenhum dos dois queria ceder. O torturado não quer ser delator e perder a sua dignidade, o torturador era cobrado para mostrar serviço, provar sua eficiência.

Seguiu-se a isso centenas de mortes e desaparecidos.  

Introduziu-se oficialmente a corrupção, corrompendo as pessoas em todos os segmentos da sociedade.

Instaurou-se uma grande campanha em favor da Indústria que incentivou forte migração para as grandes cidades. Ao chegarem não encontravam as condições de moradia necessárias e então houve proliferação das favelas, dos cortiços e tais condições de moradia favorecem a promiscuidade e a violência.

Com o aumento da oferta de mão de obra, os salários diminuíam cada vez mais, se agravou quando, a partir de 1980, foi associada à substituição da mão de obra pela tecnologia. 

Neste contexto, qual nosso papel na Fé e Política?

    1. Participar dos espaços de participação de forma organizada em vista de diminuição das injustiças e ter o cuidado em não legitimar o atual modelo excludente. Modelo este que concentra riqueza e massacra os povos que produzem as riquezas.
    2. Criar novos mecanismos de pressão para mudar a estrutura política no médio e longo prazo e criar novos modelos de organização política.
    3. Organizar-se em vista de atingir as causa da exclusão e não apenas suas consequências.
    4. Fortalecer-se na Palavra de Deus e crer na ação do Espírito Santo para o discernimento e a busca de superação das barreiras.

 

Fonte: Escola de Fé e Política Waldemar Rossi 

Márcia M. de Castro

Márcia M. de Castro
Márcia Mathias de Castro é fonoaudióloga, membro da Pastoral Fé e Política da Arquidiocese de São Paulo e Coordenadora da Escola de Fé e Política Waldemar Rossi (RE Belém). Também é colaboradora da Rádio 9 de Julho (AM 1.600 KHz - SP), participou da Escola de Governo e do Movimento de Integração Campo Cidade (MICC).