Como desviarmos da notícia mais esperada que foi a chegada do Papa Francisco? Apesar de que se pensarmos bem, desvios tem sido justamente o ponto marcante do Pontificado do Santo Padre: mudou de aposentos, onde deveria viver o papa; mudou o discurso para falar aos jovens que estão se mobilizando por um país melhor; mudou até a forma de passar pelo povo, preferindo um carro aberto ao papa-móvel. Dizem que Deus escreve certo por linhas tortas; se assim o for, talvez seja esse o motivo de tais desvios: para se ajustar no caminho da escrita de Deus.
Desde que ele foi escolhido, uma nova esperança paira sobre nossa Igreja. Seu nome, já anunciava como seria o seu pontificado: mudar sua vida, sem romper com sua fé, tornando nossa Igreja mais parecida com a deixada por Jesus Cristo.
Para fazer a vontade do Pai, nosso Mestre por diversas vezes mudou sua trajetória. Foi assim em Jericó, quando ele foi se hospedar na casa de Zaqueu; foi assim em Naim, quando ele ressuscitou o filho da viúva; foi assim em Cafarnaum, quando ele curou o servo do centurião e foi assim tantas outras vezes.
Esses dois exemplos deveriam mostrar aos nossos governantes, aos nossos legisladores e aos nossos juízes que já passou da hora deles mudarem para atenderem as necessidades do povo. Acrescento ainda que a imprensa deveria se prestar a passar as informações para a sociedade com responsabilidade, com o objetivo de noticiar e não de manipular.
Vejam que o anúncio do plebiscito feito pela presidenta parece ter mexido com o formigueiro. Vimos congressistas, a imprensa e grupos políticos se dispersando quais loucos a fim de garantirem sua sobrevivência. E o povo continua sem saber em quem deve acreditar.
Trago aqui o posicionamento da Plataforma pela Reforma do Sistema Político, lembram dela? Ela que está lutando por essa reforma e não é de hoje, com movimentos sérios engajados. Vejamos o que José Moroni, membro da Plataforma, diz sobre o Plebiscito.
“O que estamos avaliando é que tem vários movimentos que estão se unificando em torno da bandeira do não plebiscito. Este movimento, que tem reflexo no congresso, na grande mídia e na sociedade, junta três vertentes: aqueles que não querem reforma política, aqueles que querem mas não querem que o povo tenha poder sobre a reforma e os que por uma postura de oposição ao governo federal rejeitam qualquer proposta que venha do governo. Por outro lado, os que querem uma reforma política, que defendem que o povo tem o direito de definir que poder quer construir não estão tendo os meios de dialogar com a sociedade sobre o que está em jogo neste debate. É um jogo muito desigual. Mas as forças populares que querem construir um país realmente democrático, plural, igualitário estão se unificando em torno da bandeira do plebiscito para a reforma política.”
Viram como muitas vezes, precisamos mudar a fonte de nossas informações para termos o conhecimento da verdade? Verdade esta que nos libertará.
Fonte: O artigo nos foi enviado diretamente pela autora, tendo sido primeiramente veiculado pela Rádio 9 de Julho em 22/07/2013 (1.600 KHz, SP)