Como sempre, os holofotes das eleições pairam sobre os candidatos ao Executivo, no caso dessas eleições dos prefeitos eleitos ou daqueles que irão para o segundo turno, como é o caso de São Paulo. Agora os candidatos mais votados começam a “namorar” os partidos que não conseguiram se eleger e mais uma vez, fazem alianças muitas vezes em troca da democracia.
Fazendo uma mínima análise, é evidente que um dos fatores para a queda do candidato Celso Russomano foi a publicação da sua proposta de governo no que dizia respeito ao Transporte, onde os usuários pagariam proporcionalmente ao percurso utilizado. Obviamente que a forma como o assunto foi explorado tocou a população mais carente, que não abre mão do Bilhete Único, um direito já conquistado. E essa população deu a resposta nas urnas, pelo menos no que se referiu ao cargo do Executivo.
Já para a escolha dos vereadores e vereadoras, percebe-se uma dificuldade em analisar quem realmente governa para o povo, isso porque a coligação Avança São Paulo, composta pelos partidos: PR, DEM, PV, PSDB e PSD elegeu 25 vereadores, dos 55 cargos disponíveis. Isto significa que mesmo com a rejeição do atual prefeito, que segundo o Datafolha “a proporção de eleitores que consideram a gestão dele ruim ou péssima” é de 48%, ainda assim os eleitores apoiaram, no Legislativo, os candidatos ligados ao Kassab. Importante porém verificar que esses 5 partidos contam atualmente com 30 vereadores, logo perderam 5 cadeiras na Câmara Legislativa.
Apesar do José Serra ter ficado em primeiro lugar, a soma dos votos para os candidatos que representam uma mudança foi significativa: aproximadamente 60% dos votos foi bem distribuído entre o segundo, terceiro e quarto colocados.
Todavia, vejo algumas conquistas nessas eleições. Primeiramente que o candidato do meu bairro não foi reeleito. Além de haver investigações do Ministério Público sobre ele, é uma pessoa que só aparece por aqui em época de eleições.
Outros vereadores, como o cantor Agnaldo Timóteo e Wadih Mutran também não foram reeleitos. Este último que já estava há mais de 25 anos exercendo a vereança na cidade.
A respeito da coligação Para Mudar e Renovar São Paulo, integrada pelo PT, mesmo tendo se aliado ao PP de Paulo Maluf, e contando ainda com o PCdoB e o PSB, a coligação ficou com 16 cadeiras na Câmara, sendo que hoje esses 4 partidos possuem 18 vereadores.
Como essas coligações trabalharão nos próximos 4 anos ainda não sabemos. Esperamos que pelo bem da democracia, seja de forma honesta, não vendendo apoio em troca de dinheiro ou de benfeitorias para os currais eleitorais.
Celso Russomano já anunciou que pretende continuar trabalhando com a coligação Por uma nova São Paulo, não sei ainda se somente para as eleições estaduais, ou para um trabalho contínuo na Câmara Municipal.
O que sabemos é que estaremos de olho, agora de forma mais acirrada, nas leis propostas, assim como nos aumentos abusivos aprovados, para que amadureçamos cada vez mais nosso compromisso, nossa luta por uma vida mais digna e em abundância para toda a população.
Fonte: O Artigo nos foi enviado diretamente pela autora, tendo sido primeiramente veiculado pela Rádio Nove de Julho (São Paulo/SP 1.600 KHz)