Hoje, dia 27 de junho, comemoramos o dia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Eu tenho um carinho especial por essa devoção, já que minha mãe me consagrou e a meus irmãos à Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Não sei se muitas pessoas têm esse costume atualmente, mas há algum tempo era bastante comum os pais colocarem nos filhos o nome de algum santo ou de alguma santa no dia do batismo.
No nosso caso, o padre aconselhou minha mãe a escolher um santo ou uma santa para ser nosso padrinho ou madrinha e minha mãe confiou essa missão a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Sabemos que Maria é uma só, mas que é venerada sobre muitos títulos ou aparições. Cada pessoa tem aquela com a que mais se identifica, mas como hoje o dia é dedicado ao perpétuo socorro de Maria quero contar um pouco da origem dessa devoção, que encontrei no site da Paróquia que fica no Jardim Paulistano, em São Paulo.
Essa devoção a Nossa Senhora é feita através de um ícone,ou seja, não é apenas um quadro, mas sim uma pintura carregada de significados sagrados que nos leva à oração, que é muito venerado no oriente desde tempos imemoriais. Este ícone está entre as mais expressivas invocações a Maria, Mãe de Deus. O quadro original é uma pintura em estilo bizantino, sobre madeira, de 54 x 41,5cm, onde se entrelaçam a arte e a piedade, a elegância e a simplicidade. Conta a tradição popular que um comerciante teria roubado o quadro na ilha de Creta, no século XV, e o levado para Roma, de navio. Segundo esta tradição, durante a viagem, uma forte tempestade colocou a vida dos passageiros em perigo e somente com a intervenção de Nossa Senhora eles conseguiram se salvar. Mais tarde, antes de morrer, o comerciante decidiu confiar o ícone a um amigo para que o levasse a uma igreja da cidade, a fim de devolvê-lo à veneração pública.
Então, o quadro foi entregue à igreja de São Mateus, onde permaneceu durante 300 anos. Com a invasão de Roma pelos franceses, em fins do século XVIII, a igreja foi destruída e os religiosos agostinianos que ali trabalhavam levaram o ícone para outro lugar, onde ficou guardado e esquecido. Em 19 de janeiro de 1866, o Papa Pio IX confiou o quadro de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro aos missionários redentoristas (os mesmos que cuidam da Basílica de Nossa Senhora Aparecida e do Divino Pai Eterno), com a incumbência de torná-lo conhecido e amado em todo o mundo e de divulgar a devoção ao Perpétuo Socorro de Maria.
Depois de restaurado, o ícone foi devolvido à veneração pública e entronizado solenemente na igreja de Santo Afonso, construída sobre as ruínas da antiga igreja de São Mateus e de São João de Latrão. O quadro é o ícone da tradição bizantina mais venerado no mundo, graças ao trabalho dos redentoristas. Quem já teve a oportunidade de ver o quadro, lembra que nele contemplamos a imagem de Maria, de Jesus em seu colo e de dois arcanjos, um em cada lado. Neste quadro, tudo tem seu significado: as cores, as legendas, as atitudes e até os detalhes. Tem caracteres gregos com a abreviatura dos nomes das quatro figuras presentes, a Mãe de Deus, seu divino Filho e os arcanjos Gabriel e Miguel, que mostram os instrumentos da Paixão de Cristo: a cana com esponja, a lança, os cravos e a cruz. O menino, assustado pela visão, lança-se nos braços da Mãe. A angústia de Jesus não é demonstrada pela expressão e sim por suas atitudes. Ele agarra-se à mão que a Mãe lhe estende para confortá-lo e, no movimento, deixa escorregar a sandália do pé direito.
Os olhos de Maria, cheios de compaixão, voltam-se para quem a contempla, apelando para os homens evitarem o pecado, causa da morte de Jesus. A cor de ouro do fundo da pintura evoca valores permanentes, dando à moldura um caráter de eternidade. Também sobre esta devoção podemos realizar a novena perpétua, que foi a forma com que a devoção a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro se expandiu pelo país. Em muitas igrejas podemos celebrar a novena em um determinado dia da semana durante o ano inteiro.
Que Nossa Senhora nos socorra sempre em todas as nossas necessidades, agora e na hora de nossa morte!
FONTE: O artigo de Marília Amaral nos foi enviado diretamente pela autora, tendo sido primeiramente veiculado pela Rádio 9 de Julho no dia 27 de junho de 2011. Sua reprodução é autorizada pela Rádio 9 de Julho.