No denso da palavra e da atitude,
o irmão dos mais sofridos já se expõe.
Ah! sabe prolongar sua juventude,
servindo os pequeninos: pois compõe
poema com a vida, não ilude.
Não teme se aliar à dor do pobre.
Se a voz da prepotência se indispõe,
e quer calar um sonho justo e nobre,
é vida para todos que se impõe!...
O céu é justo assim: ninguém soçobre!
Fazer da gratidão, solicitude!...
Que o nosso empenho, agora, se desdobre!
J. Thomaz Filho
Com quem nós haveremos de aprender,
em tempos tão amargos, a saída?
Ó mãe, tu és a luz a nos dizer
que é hora de encarar toda a avenida
com firme paciência e bem-querer.
Não há que rejeitar proposta alguma.
É tudo analisar. Ter por medida
o que merece amparo em meio à bruma.
Ah! isto percebemos: sempre a vida!...
Firmemos nosso empenho em dose suma!
Contigo não nos custa compreender:
focando o essencial, tudo se apruma!
J. Thomaz Filho
Os pais que compreenderam seu mister
têm tempo para os seus, sabem cuidar,
alertas pro que der, pro que vier,
capazes de entender e de escutar,
felizes por servir, como Deus quer.
Porque, afinal de contas, seu papel
não é de coadjuvante a respingar,
mas é de sintonia com o céu,
pra que na terra possa vigorar
a paz sem restrição, não a granel.
Ser pai é estar de mãos com sua mulher,
no empenho pelos filhos – que troféu!
J. Thomaz Filho
Um tempo pra pensar é que não falta:
pesar os compromissos, prioridades,
dizer pra toda a pressa que ela é incauta,
ouvir se a paciência traz verdades,
fazer o bom humor ficar em alta.
Rever nosso conceito de normal:
será que as nossas mil atividades
precisam desse antigo vendaval
de tanto vai e vem? Precariedades
são essas que dizíamos?... Que tal!
Que o riso das crianças, tão peralta,
nos leve a reinventar todo o quintal!
J. Thomaz Filho
Se temos quem promova dor e morte
aqui no nosso meio, que nos resta?
Armar-nos? Pra tornar ainda mais forte
o ódio, violência, que não presta?
A paz não trama assim a nossa sorte!
O Mestre, que me dá sentido e luz,
não foi de conivência nessa festa
de pura insensatez, que nos reduz
a gente ambiciosa, vil, molesta,
a mórbidos que à paz não fazem jus.
O céu nos recomenda outro suporte:
mãos dadas, ombro irmão! – Louco é Jesus?
J. Thomaz Filho
Indígenas, falai, temos de ouvir.
A nossa relação com a Mãe Terra
tem sido desastrosa. Progredir
– o verbo que nos move – nos emperra
consciência e visão, pensar, sentir.
Falai da convivência em vossos clãs,
falai do chão, da vida, sem a guerra
que os fere, que os explora – metas vãs,
só levam a sugar... A gente erra!
Falai, para aprendermos lidas sãs!
Mãe Terra, só soubemos te agredir.
Permita-nos compor novas manhãs!
J. Thomaz Filho
O espírito e a carne numa vida,
unidos, com sabor de consciência!
É isso que nós somos. Quem duvida?
Daí nosso vigor, nossa incumbência!
Não dá pra descartar uma medida.
E Deus quis se encarnar nesta matéria,
tornar-se qual nos fez, mas na excelência,
mostrando compaixão pela miséria
em que nos afundamos, complacência,
perdão. E se fez Pão!... Não é pilhéria.
Na carne, dom de Deus pra nossa lida!
Serviço, amor, partilha!... Coisa séria!
J. Thomaz Filho
Fugimos pras metrópoles. E agora?
Um novo conviver já nos questiona.
A máquina que usamos nos devora:
tirou-nos das lavouras e detona
o nosso compromisso com a flora!
Ah! Como garantir nosso sustento
sem toda essa agressão que desmorona
a nossa sanidade? Novo intento
nós temos de abraçar em toda zona:
rural e urbana. Novo e justo acento!
É urgente, não suporta mais demora!
Que Deus nos dê coragem, luz, alento!
J. Thomaz Filho
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- Oração (pptx)
- 5 anos Laudato Si (pptx)
- Laudato Si - Louvado Sejas (pptx)
- Artigo Breno Herrera (pdf)
- Frutos dos 5 anos da Laudato Si (vídeo - Youtube)
Se o Mestre ressurgiu, você também.
Pois isso Ele nos veio garantir.
Adilza, então desfrute muito bem
de tudo o que me espera no porvir:
se veio pra você, também me vem!
Aqui fazemos Páscoa, que é passagem.
Aí já conseguiu tudo florir!
Não digo que eu esteja em desvantagem:
preciso mais um tanto prosseguir...
até que chegue o dia da viagem.
Não posso é descansar-me no desdém:
há irmãos buscando luz, sabor, aragem...
J. Thomaz Filho