A Irmã Morte

Se Francisco chamou de Irmã Morte,
certamente enxergou com clareza
que ela é parte, não é triste corte,
desta vida de tanta beleza.

É que os olhos nos abrem as portas
deste espaço que temos pra nós:
é evidente que as horas mais tortas
pesem menos que as boas, que os prós.

Confinar-nos no tempo não é
a proposta do Deus de bondade.
Esta estrada é passagem, a fé
diz que há mais, Deus nos dá a eternidade!

Se queremos os nossos aqui,
para o sempre dos dias que temos,
é que Deus nos prepara pra Si,
faz com gosto, faz bem, pois não vemos?!

E gostamos da estrada, mas tanto,
que esquecemos pra onde ela leva:
quando um nosso ultrapassa este enquanto,
nós choramos, parece que é treva.

Não é noite, não é escuridão!
Nosso Pai tem morada pra todos!
Ele é luz, não nos deixa na mão,
seu olhar não se perde em engodos!

Seu abraço no eterno da vida
é o presente que a todos aguarda!
Se entendemos que a hora é sofrida,
é a saudade alinhada em sua farda!

Quem já foi nos espera sem medo,
já entendeu, qual Francisco, que sorte
nos espera, já sabe o segredo!...
Tal certeza me deixa mais forte!

 

Finados

 

 

FONTE: O Artigo de J. Thomaz Filho nos foi enviado diretamente pelo autor.