DOS DOIS LADOS

Ó mãe, são sempre filhos, dos dois lados:
da mão que atira impune e de quem cai.
Que vale uma estatística com dados,
se o nosso coração assim se esvai,
marcando nossos olhos desolados?

A nossa sociedade mentirosa,
com toda a propaganda que nos trai,
ensina que o desfrute é bela rosa,
mas nutre tanto espinho e nos distrai
negando a chance a tantos, criminosa.

Ó Mãe, temos de ouvir os teus recados:
“São filhos, cuidar bem!...” O resto é prosa.

J. Thomaz Filho